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A qualidade como fator de competitividade para a cafeicultura

Não há concesso que investimentos em preparo visando melhoria na qualidade final do café, garantam aumento de lucro na atividade. Este fato é consequência de um longo período em que o Brasil se comportou tipicamente como o maior produtor, onde o café produzido deveria ser consumido pelo mercado, independente da sua preferência. Enquanto isso, outros países como a Colômbia investiram em qualidade e marketing, conseguindo uma maior valorização em relação ao café Brasileiro, considerado de uma qualidade única e baixa. Tudo isso refletindo diretamente sobre o cafeicultor Brasileiro que tem como padrão para comercialização o chamado "Duro para melhor", e toda uma tabela de defeitos e não de virtudes.

Na maior parte das vezes, o cafeicultor não consegue receber qualquer prêmio a mais, mesmo que o produto tenha qualidade superior. Esta verdadeira barreira de valorização do café Brasileiro inibe investimentos em melhoria de qualidade. Com a oportunidade do Projeto das Fazendas Modelo inseridas no Projeto Café Gourmet da OIC, avaliou-se o comportamento econômico em algumas fazendas que se adaptaram para a produção de café especiais. Sugestões para aperfeiçoamento no preparo, seguido de avaliação do impacto das transformações na qualidade, nos custos e na rentabilidade nortearam esse trabalho. As Fazendas Modelo investiram em estruturas de preparo; adaptação de metodologia; treinamento de pessoal e parcerias com exportadores especializados no mercado Gourmet de cafés de alta qualidade.

Ao todo 10 Fazendas Modelo, com área em café variando de 3 a 175 Ha, assim distribuídas nas regiões produtoras do país:
• Cinco no Sul de Minas: Areado; Santo Ant. Amparo; Monte Belo e 2 em Cabo Verde
• Duas no Cerrado Mineiro: Serra do Salitre e Patos de Minas
• Duas na Mogiana Paulista: Pedregulho e Itatiba
• Uma no Oeste Baiano: Barreiras

Como critério de escolha, caracterizou-se a disposição em investimentos para melhoria de qualidade do café produzido. O Projeto Café Gourmet limitou-se apenas a orientações de preparo e ao acompanhamento financeiro das atividades. Os custos das transformações foram arcados pelos participantes. Dentre as dez fazendas inicialmente selecionadas, apenas duas não conseguiram promover as transformações, tendo sido descartadas das análises.

A presença de grãos verdes foi a principal barreira encontrada nas diversas regiões para obtenção de cafés de bebida mole, livres de Duro, onde suas virtudes pudessem ser avaliadas. Para isso orientou-se a instalação de despolpadores e metodologia para a produção de Pulped Natural (Cereja Descascado).

Os resultados avaliados, ao final de dois anos, compararam a qualidade da bebida, a tecnologia de preparo, custos de produção e valor de venda do produto final.

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Sistema de produção de café irrigado: um novo enfoque

Certificações
Foto de Dr. Turíbio

Especialista em Agronegócio do Café pela Universidade Illy

Foto de Dr. Turíbio

MBA em Gestão em Agronegócios pela FGV

Foto de Dr. Turíbio

Graduado em Engenharia Agronômica