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02/02/2021
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Dra Paula Santini
Período de carência de defensivos em café

Defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos usados na agricultura para o controle de seres vivos considerados prejudiciais à cultura. Eles têm a função de defender as lavouras do ataque de insetos, plantas daninhas e doenças que atingem o ciclo de uma cultura. São também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou produtos fitossanitários. Dentre esses, agrotóxico é o termo utilizado pela legislação brasileira.

Para a segurança de quem produz e de quem consome o café é necessário que os defensivos agrícolas sejam utilizados da forma correta, conforme indicação na bula, para que não tragam riscos para a saúde do produtor e consumidor, além de não afetarem o meio ambiente.  Porém, se manuseado de forma incorreta, ou seja, quando as aplicações não são realizadas dentro das especificações, os impactos para a saúde do produtor, consumidor e ambiente podem ser severamente negativos.

Dentro desse contexto, os fabricantes de defensivos agrícolas determinam o período de carência para cada produto e cultura, sendo responsabilidade do produtor garantir o cumprimento desse período. Mas o que seria esse período de carência? É o número de dias que representa o intervalo entre a aplicação do defensivo e a colheita, o que garante o uso ou consumo seguro do alimento, e deve estar especificado na bula. Esse prazo visa garantir que no momento da colheita, uso ou consumo, o produto esteja dentro do LMR (Limite Máximo de Resíduos) definido pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em monografia específica para cada agrotóxico. Por exemplo: a aplicação do glifosato, um herbicida sistêmico, pede um período de carência de 15 dias no mínimo (saiba mais em: Boas práticas agrícolas para o controle de plantas daninhas e o uso de glifosato)

Os resíduos de agrotóxicos são, segundo a Portaria nº 03 de 16 de janeiro de 1992, “substâncias remanescentes ou existentes em alimentos ou no meio ambiente decorrentes do uso ou da presença de agrotóxicos e afins (…) consideradas tóxicas ou ambientalmente importantes”. Tendo em vista essa toxicidade, os LMR (Limites Máximos de Resíduos) são estabelecidos após a análise da concentração de resíduos de defensivos que permanecem nas culturas em que são aplicados quando são respeitadas as boas práticas agrícolas. 

Um estudo feito por Vivaldo (2013) mostrou que, se tratando do período de carência ou intervalo de segurança, 64% dos produtores declararam não verificar as bulas dos herbicidas, sendo que 46% do grupo amostrado declararam que não verificam por desconhecimento e 18% informaram que não verificam por não se preocuparem com o intervalo de segurança. Ou seja: a maioria dos cafeicultores normalmente não respeita o período de carência dos defensivos. 

Lembre-se: cumprir o período de carência é essencial para evitar resíduo do agrotóxico no alimento em níveis acima do limite máximo permitido pelo Ministério da Saúde. Consulte sempre um engenheiro agrônomo para que o seu café não traga risco à saúde do consumidor, do produtor e ao meio ambiente. Respeite o período de carência!

"Fui questionado por um amigo sobre a questão dos defensivos, uma vez que alguns produtores não entendem ou conhecem o prazo de carência e aplicam produtos próximos da data da colheita. A nossa preocupação é sempre levar mais conhecimento para o cafeicultor e, como o café é um alimento, é importantíssimo que ele saiba que do dia em que realiza a aplicação do defensivo até a data da colheita há um período que deve ser respeitado, o que varia de um produto para o outro. Esse período é definido por muitos estudos, pesquisas e testes e o registro é realizado por um regra rígida, então minha recomendação é sempre que o cafeicultor consulte um agrônomo e respeite as instruções da bula", disse Guy. 

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