O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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Existem vários tipos de podas utilizadas no cafeeiro, sendo importante verificar a situação da lavoura para escolher o tipo que mais se adeque às necessidades das plantas, buscando sempre recuperar a estrutura produtiva e consequentemente melhorar a produtividade das lavouras.
É importante conhecer os diferentes tipos de podas para escolher o que se adeque mais a realidade do produtor. Dessa forma, é possível evitar a recomendação de podas muito drásticas em situações em que não seja necessário esse tipo de poda ou mesmo realizar podas menos drásticas em situações em que era preciso um maior reestabelecimento das lavouras. Por isso, para decidir o tipo de poda a ser realizado, é indispensável que se conheça a situação da lavoura com intuito de se ter mais sucesso no manejo da poda.
Um tipo de poda muito utilizado é o decote, uma poda alta que elimina a parte superior da copa. É recomendada para plantas que ainda possuem saia (ramos inferiores) e não estão adensadas. Pode ser usada para reduzir a altura de plantas para realização de tratos culturais e de colheita mecanizada, para corrigir deformações ou mesmo para estimular brotações. O decote é dividido em decote alto, de 2 a 2,5 m, ou baixo 1,2 a 1,8 m, dependendo da finalidade da poda.
Um outro tipo seria o desponte, que consiste em cortar as extremidades dos ramos plagiotrópicos a fim de estimular maior ramificação. É recomendada para lavouras que ainda apresentam saia, que estão abertas, com o intuito de estimular brotações nos ramos.
Existe também o esqueletamento, em que se realiza o corte na lateral da planta, deixando os ramos plagiotrópicos a um comprimento médio de 20 a 30 cm do ramo ortotrópico, com o intuito de promover a abertura da lavoura. É recomendado para lavouras adensadas, mas que ainda possuem saia. Esse tipo de poda também é chamado safra zero, visto que no ano seguinte a essa poda o cafeeiro irá apenas vegetar, não apresentando produção. No entanto, no segundo ano após o corte pode-se ter altas produtividades, compensando assim o ano sem produção.
Já a recepa é considerada uma poda drástica, normalmente recomendada para lavouras que perderam a saia (ramos inferiores) ou para cafeeiros muito depauperados, mas que ainda apresentam um bom stand de plantas e bom alinhamento da lavoura. Essa poda é realizada cortando em uma altura de 0,3m a 0,4m. Após a realização dessa poda é importante determinar o número de hastes que se vai conduzir de acordo com o espaçamento e eliminar o excesso de hastes que irão brotar.
A poda programada do café arábica (PPCA) é responsável por alterar a arquitetura das plantas, proporcionando a formação de plantas multicaulináres. Além disso, a PPCA pode reduzir o índice de mortalidade das plantas submetidas a poda, aumentar a longevidade e a produtividade das plantas em função do revigoramento, bem como reduzir a bienalidade de produção.
Possui como vantagens redução média de 50% de mão de obra na colheita manual, maior uniformidade das floradas e da maturação dos frutos, aumento superior a 28% na produtividade média da lavoura em cinco colheitas, eliminação da safra zero na renovação da lavoura, padronização do manejo de poda, maior facilidade para desbrota e tratos culturais, entre outros.
A “Poda Parcial do Arbusto” ou simplesmente PPA consiste em cortar, logo após a colheita, as extremidades de todos os ramos plagiotrópicos presentes nos terços médio e inferior da planta, preservando intactos os ramos do ponteiro em cujos nós encontram-se gemas reprodutivas ou botões florais. Esse corte deve ser feito na porção do ramo onde o crescimento ficou comprometido, caracterizado principalmente por apresentar internódios curtos e em pequeno número ou não apresentar gemas reprodutivas visíveis ou botões florais, seca de ponteiros e escaldadura devido a problemas bióticos ou abióticos. Promove a emissão de ramificações recuperando o enfolhamento dos ramos podados em níveis muito superiores ao que era antes ou por outros sistemas de poda. Desse modo, a retirada das gemas apicais, em função do corte dos ramos, quebra a dominância apical e força as gemas laterais a saírem do estado de dormência, dando origem a novos ramos, flores e frutos, que é o objetivo da poda. A diferença desse sistema para os outros tipos é que, não se fazendo o decote da haste principal, preserva-se o potencial produtivo da região do ponteiro que ficou intacta, e que pode chegar à 25 sacas/ha na primeira produção pós-poda.
A manutenção do ponteiro enfolhado e, por conseguinte, a gema apical presente no ápice do caule ortotrópico impõe uma forte dominância apical que restringe o crescimento de ramos ladrões ao longo do tronco principal. Essa é, sem dúvida alguma, uma vantagem econômica da PPA, uma vez que desonera o cafeicultor de fazer a desbrota, uma operação cara, demorada e de difícil execução. Na safra do segundo ano, a produção se dá em toda a copa do cafeeiro. Como o cafeeiro é muito responsivo a PPA, rapidamente a copa retorna o seu formato aproximadamente cônico com o novo e vigoroso enfolhamento e com uma distribuição da produção em toda a extensão da planta, inclusive na região da saia.
A presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade
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