O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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Antes de começar a aplicação dos defensivos agrícolas para o café é muito importante ler a bula, que nos mostra informações importantes. Nela, você adquire a certeza do produto ser registrado no MAPA, sabe se é adequado para a cultura do café e eficaz para resolver o seu problema, além de conhecer as indicações das doses corretas utilizadas para a aplicação. Existem também sites de consulta de produtos, como o Agrofit, para essa finalidade. O produtor deve ficar atento também ao prazo de validade, à qualidade da embalagem do produto e comprar apenas a quantidade exata que irá utilizar, evitando que falte ou sobre, pois nesse último caso pode passar da validade para uma próxima aplicação, o que pode causar prejuízos financeiros.
Outro fator importante a se analisar é a forma de aplicação, pois de nada adianta ter o produto correto se ele não for bem aplicado. Deve-se atentar à época de aplicação, que deve estar relacionada ao estado fenológico do café e ao objetivo que se quer atingir ao utilizar determinado produto. É muito importante também entender qual época não se pode aplicar algum produto para não prejudicar a produção e a qualidade da bebida. Também é importante ter conhecimento sobre as doses indicadas e qual a necessidade de aumentá-las dependendo da situação.
A dose recomendada na bula pode variar de acordo com as condições edafoclimáticas (temperatura mínima de 10°C, ideal de 20° a 30°C, máxima de 35°C; umidade relativa do ar mínima de 60%, ideal de 70 a 90%, máxima de 95%; não realizar aplicações com velocidade do vento acima de 10 km/h sobre plantas estressadas ou em caso de chuva). Não se deve utilizar subdosagem ou superdosagem, nem aumentar o número de aplicações recomendadas, pois isso causa um desequilíbrio biológico, o que muitas vezes leva ao surgimento de organismos resistentes àquele produto, além de prejuízo financeiro. Um exemplo disso são as aplicações seguidas contra o bicho mineiro a fim de encurtar o seu tempo de vida e muitas deixaram de fazer efeito.
Entender sobre o volume da calda a ser aplicado também é importante. Muitas vezes, devido ao aumento das áreas de plantio ou por questões de transporte, os cafeicultores tendem a optar por diminuir o volume da calda aplicada por hectare, porém isso leva a uma maior concentração de ingrediente ativo dentro dela e diminui o tamanho da gota na superfície da folha, levando a sintomas de intoxicação, o que prejudica a produção. Se possível, utilizar um adjuvante para maior fixação do produto.
O engenheiro agrônomo é quem auxilia na compra dos defensivos ideais e nas dosagens adequadas para cada finalidade. Tenha sempre um consultor junto à sua produção.
A presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade
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