Análise foliar de café

O diagnóstico de problemas nos cafezais deve ser feito, inicialmente, pela observação visual das plantas e das suas partes, verificando os sintomas ou sinais que aparecem. Essa verificação deve começar pela lavoura como um todo, depois passando ao exame das plantas e de suas partes: folhas, ramos, frutos e raízes.

A análise química de plantas com critérios ajustados de amostragem é uma ferramenta essencial para a avaliação do equilíbrio de nutrientes. A análise de folha fornece informações sobre o estado nutricional da cultura e verifica se o adubo aplicado supriu as necessidades da planta. Com isso, podemos definir qual o melhor adubo a ser aplicado na próxima safra. 

A melhor época para a sua realização é durante o mês de janeiro, após o 2º parcelamento da adubação nitrogenada na fase de chumbinho, sempre 30 dias após o fornecimento de qualquer tipo de adubação (via solo ou folha). Assim, há tempo para ajuste da 3° adubação e demais situações caso tenha necessidade.

Veja um passo a passo de como realizar a coleta para análise de folhas: 

1) Separar as lavouras em glebas homogêneas (mesma área, cultivar, idade, tratos etc.) e realizar uma amostra para cada gleba. É recomendado acompanhar a mesma divisão em glebas/talhões que se utilizou para realizar a amostragem de solo; 

2) Em cada gleba/talhão, caminhando em zigue, selecionar ao acaso um ramo no terço médio da planta e nele coletar o 3° ou 4° par de folhas a partir da extremidade. Para isso, não se deve contar o 1° par caso tenha tamanho menor que 2 cm. Deve-se coletar no mínimo 100 folhas em cada gleba/talhão, que devem ser retiradas de pelo menos 25 plantas, coletando-as nos dois lados do cafeeiro; 

3) As folhas coletadas devem ser colocadas em sacolas de papel limpas, devidamente identificadas e enviadas imediatamente para o laboratório. Entretanto, caso isso não possa ocorrer, deve-se lavá-las em água corrente, enxugar com água filtrada e secá-las cuidadosamente. Após esse procedimento, é recomendado armazená-las em baixa temperatura (2-4 ºC) na parte inferior da geladeira por, no máximo, 72 horas;

4) As folhas devem estar livres de danos causados por pragas, doenças, fenômenos climáticos e tratos naturais. Para a coleta das folhas é extremamente importante que se respeite um intervalo de pelo menos 30 dias após uma última adubação de solo ou via foliar, evitando assim que as folhas cheguem ao laboratório com resíduos e comprometa a análise.

Atenção: Não é recomendado realizar a amostragem de folha próximo há dias em que houve chuva, pois o potássio pode facilmente ser lavado das folhas de plantas cultivadas quando são lavadas, mostrando que o fenômeno pode ocorrer em condições de campo graças à ação da água do orvalho ou das chuvas.

Uma outra vantagem da amostragem de folhas é que o nitrogênio é de difícil detecção através da análise de solo, uma vez que a adubação nitrogenada deve ser feita com base na produtividade atrelada a análise de folhas. Assim, a análise foliar é um complemento da análise de solo e deve ser tratada como uma prática essencial e rotineira na cafeicultura.

As plantas necessitam de uma série de elementos (macronutrientes e micronutrientes) para poder sobreviver e crescer de maneira adequada. Se algum desses elementos estiver em excesso ou em falta é possível que a planta apresente alguns sintomas, como manchas, presença de pragas, doenças, entre outros. Nesses casos, tanto a produtividade da lavoura quanto a rentabilidade do produtor ficam comprometidas, por isso o acompanhamento de perto é essencial. 

Fonte: Fundação Procafé