O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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Caracteriza-se por granizo um tipo de precipitação na forma de gelo. Essas pedras se formam no interior das nuvens de tempestade (cumulonimbus) pela ação das correntes de ar e das baixíssimas temperaturas. As gotículas de água, material de que as nuvens são constituídas, são carregadas para as porções mais elevadas da nuvem através de uma corrente de ar ascendente. Nessas áreas, a temperatura é muito mais baixa do que na base, ficando abaixo de zero (em média -40 ºC), o que faz com que a gotícula se solidifique e inicie seu movimento descendente, entrando em contato com outras gotas de água líquida nesse seu caminho. Ela é então carregada novamente para cima pelas correntes de ar e a água com a qual ela colidiu forma uma nova camada de gelo ao redor da primeira.
Dessa forma, o granizo vai se tornando maior e mais pesado com o tempo, o que varia conforme o número de vezes que ele chegou até a porção mais alta da nuvem impulsionado pelas correntes ascendentes e o seu deslocamento, de forma geral, no interior dessas estruturas. O movimento de subida e descida dentro das nuvens se repete até o ponto em que a pedra de gelo se torna pesada demais para ser novamente carregada para o alto pelas correntes de ar. Nesse momento, ocorre a precipitação, ou seja, o granizo cai na superfície terrestre.
O granizo tem diâmetro superior a 0,5 centímetro e formato variável, podendo chegar a 11 cm de diâmetro. Trata-se de uma pedra geralmente translúcida e branca, constituída por uma série de camadas de gelo. A velocidade com que eles caem no solo depende do peso, variando, em média, entre 15 km/h e 115 km/h. Alguns chegam a atingir 160 km/h, o bastante para provocar muitos estragos em uma área habitada e trazer inúmeros prejuízos materiais no campo, como a destruição de lavouras, provocando machucaduras nas folhas, ramos, tronco e frutos, que também podem ser derrubados.
Na tentativa de mitigar danos na lavoura, a curto prazo (no dia seguinte à chuva) para as áreas de altitude elevada e sujeitas a doenças como Phoma e Pseudomonas, é indicada uma aplicação imediata e protetiva utilizando uma combinação de fungicida à base de cobre. Se ainda tiver necessidade e se houver algo de enfolhamento capaz de absorção, pode-se agregar zinco e boro para aproveitar a aplicação, projetando-se que, com as novas brotações, esses micronutrientes vão ser muito úteis.
Para danos mais extremos, quando atingem o caule do cafeeiro, faz-se o uso de poda, uma vez que eles podem comprometer toda a produtividade da lavoura.
A presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade
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