Colheita seletiva

De uns anos pra cá, a qualidade da bebida vem se sobressaindo e os produtores se adaptando a uma nova realidade. O destaque são as operações de pós-colheita, e o produtor já está utilizando um processo seletivo entre talhões, faces, variedades e dando mais atenção a esse fruto, que quando colhido no ponto ideal se destaca pela bebida.

A colheita seletiva é um processo que vem crescendo muito a cada ano. Fazendas produtoras mostram como estão realizando esses processos não apenas para marketing, com postagens de fotos bonitas em redes sociais, mas realmente porque o foco mudou e todos estão buscando excelência em qualidade de bebida. Alguns para alavancar sua marca, outros para servir um bom café para visitas e outros para competir em concursos. 

Nossas lavouras possuem floração irregular e não apresentam 100% dos grãos maduros no mesmo momento, mas uma porcentagem entre frutos maduros, verdes, passas e secos, tudo isso em uma única planta. Se colhermos com essas características, podemos realizar o processo de secagem natural ou cereja descascado, mas isso já fazemos há muitos anos, já dominamos essas técnicas. Agora, a atenção está voltada para a colheita seletiva, que pode ser de 2 a 10 vezes mais cara se comparada à convencional. 

Colheita seletiva grão a grão

Na maioria das vezes, é destinada ao pequeno produtor, pois sabemos que o custo é elevado e que um safrista, mesmo treinado para a busca dos melhores frutos, chega à colher de 40 litros a 200 litros/dia, enquanto ele poderia, na forma convencional, colher até 1.800 litros/dia. O que quero chamar atenção é sobre a excelência em qualidade, pois quando o profissional degustador faz uma avaliação na bebida, o que busca é o equilíbrio de aromas e sabores, dentre eles corpo, doçura, acidez e uma boa finalização.

Colheita seletiva mecanizada

Para aqueles que possuem grandes áreas, em menores altitudes e climas mais quentes, o ideal é analisar a janela de cereja e observar o ponto de maturação. Geralmente, a maturação se inicia no terço superior da planta, no ponteiro. Dessa forma é necessário retirar as hastes da colhedeira que não serão utilizadas na colheita seletiva, ou seja, as hastes do terço médio e terço inferior. Lembrando que é importante fazer uma boa regulagem na velocidade e na vibração da colhedeira para que somente os grãos maduros sejam colhidos. 

Esse processo de seletiva mecanizada possui um custo elevado, chegando a dobrar de valor quando comparado ao convencional, porém recomendo para se ter uma colheita com mais qualidade e também diminuir o estresse provocado na planta pelo maquinário.