O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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Gueixa ou Gesha é uma variedade de café que se acredita ter origem na aldeia Gesha, na Etiópia, e o acréscimo da letra “i” em seu nome parece ter sido causado por um erro de tradução. A subespécie africana 100% arábica passou pela Tanzânia, Quênia e Costa Rica antes de chegar ao Panamá, e foi importada da Costa Rica ao Panamá pelo vale do Ciriqui na década de 1960. A princípio foi adotada por ser resistente ao fungo da ferrugem (roya) e no início seu cultivo chegou a ser desacreditado.
É utilizado para produzir uma xícara de café muito aromática e com corpos presentes em níveis elevados, com destaque especial para doçura, acidez e aromas florais. Na xícara, notas de jasmim, bergamota e frutas tropicais e silvestres compõem o sabor do café. Sua a demanda tem crescido nos últimos anos e para se desenvolver de forma satisfatória exige características de clima, solo e altitude também muito específicas. No Panamá, os melhores geishas estão em lavouras com média de 1,7 mil metros de altitude. Além disso, é importante ressaltar a colheita “preguiçosa”, já que as cerejas podem levar até cinco anos para maturar adequadamente. Outro detalhe é o seu cultivo, que demanda muito cuidado em todas as etapas do processo de produção, plantio e colheita. Possui ainda características peculiares, como menos cerejas por planta, maturação demorada e baixo rendimento. Não é por acaso que o geisha custa quase 100 vezes mais do que um café de qualidade inferior.
É um dos cafés mais famosos do mundo. Lotes dessa cultivar já ganharam inúmeros concursos de qualidade e foram utilizados por muitos baristas em campeonatos mundiais. Exportado para poucos países a custos altos - o kg bate os U$ 130 dólares (média de R$ 499,20 na atual cotação) e geralmente é comercializado em microlotes, atualmente está chamando a atenção de outros produtores da América Latina e já vem sendo cultivado em lavouras do Peru, Bolívia, Costa Rica, entre outros. Aos poucos, o geisha está se espalhando pelo mundo.
Guy Carvalho ressalta que a escolha de uma cultivar para plantio em área comercial é muito importante, pois variedades têm comportamentos diferentes dependendo de uma série de fatores, por isso devem ser testadas em bancos de variedades. A Fazenda São Paulo, em São José do Rio Pardo/SP, possui um banco de novas variedades em parceria com o IAC e, entre elas, uma que está se destacando é um cruzamento entre o Gueixa e o Catuaí, resultando em uma planta muito vigorosa, produtiva e com alta qualidade, prometendo ser uma opção no futuro. Confira no vídeo mais detalhes sobre a variedade - VARIEDADES DE CAFÉ IAC (INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS)
A presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade
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