O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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Coffea arabica var. laurina tem origem na ilha Reunião, localizada ao leste de Madagascar, no Oceano Índico. A ilha é um departamento ultramarino da França desde 1638, sendo famosa na história da cafeicultura mundial. Conhecida anteriormente como “Ilha Bourbon”, foi lá que a famosa cultivar de mesmo nome surgiu a partir de uma mutação natural em uma lavoura de Bourbon, no século XVIII. No contexto da terceira onda do café, a raridade e o exotismo da Laurina fizeram dela uma opção interessante para cafés especiais.
Suas características incluem porte baixo, copa de formato cônico e frutos e sementes pontudas. Quando comparada com outras cultivares de Coffea arabica, possui ramificação mais densa, os internódios são mais curtos e as folhas, frutos e sementes são menores. A planta apresenta resistência à seca, mas é muito suscetível à ferrugem. Suas principais características são controladas pela ação de um par de alelos recessivos lrlr de acentuado efeito pleiotrópico.
Não é tão produtiva, o que não despertou interesse nos cafeicultores. Estima-se produção em três litros de frutos por planta, enquanto as lavouras de Mundo Novo e Acaiá produzem oito e dez litros, respectivamente.
Se destaca pelo seu baixo teor de cafeína. O café obtido a partir dela possui, em média, 0,6% da substância, enquanto a média para outras cultivares varia entre 1,2% e 1,6%. Além disso, a bebida obtida a partir das suas sementes é muito saborosa, com notas frutadas e florais.
Guy Carvalho ressalta que por ser uma variedade que apresenta baixa produtividade e susceptibilidade à ferrugem, seu plantio deve ser realizado apenas por cafeicultores que atendam aos mercados especiais que, além de bebida suave e com ótima qualidade, também priorizam baixo teor de cafeína, características encontradas nos grãos dessa cultivar.
Fonte: CARVALHO, A. et al. Melhoramento do cafeeiro: xlii.produtividade de progénies derivadas de hibridação dos cultivares laurinae mundo novo. Bragantia, v.47, n.2, p. 213-222, Campinas, 1988. Dispível em CULTIVARES DE CAFÉ DESENVOLVIDAS PELO IAC (tabela)
A presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade
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