O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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A variedade mokka tem sua origem na Ilha de Reunião. Como características anatômicas apresenta pequeno porte, copa cônica, ramos plagiotrópicos curtos, internódios curtos e folhas pequenas, com domácias grandes e salientes. As flores são menores quando comparadas as da cultivar típica, os frutos arredondados e pequenos e as sementes normais quanto ao formato, porém muito pequenas. É uma cultivar considerada de excelente qualidade. Vale ressaltar que a variedade mokka não se relaciona com o tipo comercial "sementes moca", que se originam do desenvolvimento de uma única semente no fruto. Suas sementes são plano-convexas e normais, apenas menores que o padrão da cultivar típica.
Análises genéticas realizadas no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) revelaram que a variedade mokka possui os alelos tt, sendo, portanto, derivada da cultivar Bourbon Vermelho. Quando as plantas se encontram homozigotas para dois pares de genes, o Laurina (lrlr) na condição recessiva e o Mokka (momo) com dominância parcial, tem-se o genótipo padrão da variedade mokka “lrlr momo”. Diante disso, fica evidente sua relação com a cultivar Laurina (saiba mais sobre essa variedade acessando o link - Cultivar Laurina). Plantas de constituição “LrLr momo” e “Lrlr momo”, embora de aspecto Mokka, quando novas apresentam tipo anormal de ramificação, com desenvolvimento dos ramos laterais ocorrendo tardiamente a partir da axila do 20º ao 30º par de folhas. Na cultivar típica, isso geralmente ocorre a partir do 8º ao 10º par de folha. As folhas também são maiores, as domácias bem visíveis e o porte é alto quando comparado ao Mokka homozigoto recessivo para os dois locos. Quando a variedade mokka possui o alelo Laurina na condição homozigota (lrlr momo), o teor de cafeína é semelhante ao da cultivar Laurina (0,6%). Isso não ocorre quando as plantas apresentam porte alto (LrLr momo), nas quais o teor é como o normalmente encontrado em cultivares de C. arabica (1,1% – 1,2%). Plantas com o genótipo “mo mo Mokka” têm uma redução da peneira média de 16-17 para 13-14, os grãos arredondados em vez de elípticos e melhor qualidade, porém a produção é reduzida em mais de 30%.
A transferência da qualidade do Mokka para cultivares de alta produção tem se mostrado demorada devido a associações desse fator a características genéticas desfavoráveis, como baixa produtividade e problemas associados a possíveis irregularidades meióticas, a julgar pela ocorrência de frutos chochos e grãos moca.
Fonte: Carvalho, Carlos Henrique Siqueira de. Cultivares de café. / Carlos Henrique Siqueira de Carvalho. (Ed.) Brasília: EMBRAPA, 2007.
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