O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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O cafeeiro é uma planta originária do continente Africano, nativo de ambientes sombreados, mas geralmente tem maior crescimento e produção a pleno sol. O desenvolvimento da copa adquire um certo dinamismo e é modificado de acordo com as condições ambientais, sua estrutura física, idade das folhas e distribuição e translocação dos fotoassimilados entre as diversas partes e alturas da planta. Variações de posição da copa levam a diferentes respostas, como modificações fotossintéticas, anatômicas, teor de pigmentos e alterações bioquímicas do metabolismo do cafeeiro.
Para a realização da análise da copa do cafeeiro, devem ser coletadas como amostra o 3º ou 4º par de folhas de cada lado da planta a partir do ápice de ramos produtivos, em altura mediana, no estádio de chumbinho. Há um autor que indica a amostragem de folhas, ramos e frutos (quatro folhas com pecíolo por planta) nos quatro pontos cardeais, sendo o 3º par a partir do ápice dos ramos, na altura média da planta. Na cafeicultura, entretanto, persistem divergências na literatura entre autores com relação ao número de folhas, ramos e frutos adequados a serem coletadas por unidade amostral para fins de diagnose.
Tais divergências aliadas à falta de informações sobre a variação do erro na estimativa da média amostral para a cultura do cafeeiro são motivos de preocupação. Sugere-se que, ao longo da copa, as diferentes partes tenham valores discrimináveis para diferentes variáveis devido a fatores bióticos e abióticos. Para se fazer análise do teor de pigmentos fotossintéticos e do teor de carboidratos, frutos e folhas demonstram diferença de realocação entre os diferentes níveis da planta.
Observações de campo mostram que a magnitude da produção de frutos pode variar entre as faces opostas dos cafeeiros cultivados em linhas. A produção da face oeste, que recebe mais radiação solar total devido à inclinação do terreno, chega a ter uma produção 40% maior do que a da face leste.
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Também há maior teor de pigmentos fotossintéticos e concentração de açúcares na face ocidental e nas partes internas do cafeeiro. As características de teor de pigmentos cloroplastídicos e açúcares de uma folha individual de café divergem consideravelmente de outras folhas, o que exige cautela ao dimensionar estimativas ao nível global da copa. Assim, se faz necessário compreender os parâmetros variáveis no interior da copa do cafeeiro para então realizar um mapeamento das respostas bioquímicas da planta, uma vez que a alteração no metabolismo varia de acordo com a profundidade e altura em uma copa e a análise de algumas folhas pontuais não serve para discriminar a sua dinâmica global.
Fonte:
SANTINI, P. T.; ALMEIDA, L. G. ; Souza, K. R. D. ; Barbosa, J. P. A. D. ; Alves, J. D. . Spatio-temporal variability of carbohydrate and chlorophyll content in the coffee canopy (Coffea arabica L.). Coffee Science, v. 14, p. 366-372, 2019.
SANTINI, P. T.; Ronei Aparecido Barbosa ; ALMEIDA, L. G. ; Souza, K. R. D. ; Barbosa, J. P. A. D. ; Alves, J. D. . Spatial-temporal patterns of coffee tree physiology. Coffee Science, v. 14, p. 291-301, 2019.
A presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade
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