Grãos de café chocho

Recentemente, estamos passando por condições climáticas bem adversas à cafeicultura, em que o cafeeiro está exposto a alta temperatura, calor intenso, seca, frio, geada e chuva de pedra, o que tem afetado a qualidade dos grãos e a produtividade da lavoura. 

Um dos fatores mais limitantes para a fisiologia do cafeeiro é a escassez hídrica, uma vez que é a presença da água facilmente disponível no solo e adubações corretas que garante a formação, granação e enchimento dos grãos, evitando assim o aparecimento de grãos chochos e mal granados.

Segundo a normativa Número 8 de Junho de 2003 (BRASIL, 2003), o grão chocho, na classificação física, é considerado um defeito intrínseco, e um índice abaixo de 10% de frutos chochos é um percentual considerado satisfatório dentro do talhão (Carvalho et al., 2006), o problema é quando começam a aparecer índices acima da normalidade. 

Para avaliação de percentagem de frutos chochos usa-se a metodologia proposta por Antunes Filho & Carvalho (1954), pela qual se colocam 100 frutos cereja em água, sendo contabilizados como chochos aqueles que permanecem na superfície. 

A presença do fruto chocho na produtividade prejudica tanto o rendimento final, quanto a classificação física e sensorial, e infelizmente tem sido uma realidade atípica para vários produtores nesta safra. 

Fonte:

ANTUNES FILHO, H.; CARVALHO, A. Melhoramento do cafeeiro: ocorrência de lojas vazias em frutos de café Mundo Novo. Bragantia, v.13, p.165-179, 1954.

BRASIL. Decreto-Lei n. 4.629, de 21 de março de 2003. Estabelece critérios técnicos de identidade e de qualidade para a classificação do café beneficiado grão cru. Diário Oficial da República Federativa do Brasil de 13-06-2003, Brasília, p. 4. Seção 1.

CARVALHO, G. R. et al. Avaliação e seleção de progênies resultantes do cruzamento de cultivares de café Catuaí com Mundo Novo. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 30, n. 5, p. 844-852, set./ out. 2006.