O cafeeiro é resiliente aos estresses climáticos?
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Quando falamos dos programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), seus pilares são a correta identificação dos indivíduos e o monitoramento das populações para que possamos realizar as tomadas de decisões quanto ao controle ou não de determinada praga. No entanto, o reconhecimento e monitoramento dos inimigos naturais presentes nas lavouras é tão importante quanto das espécies pragas, e deve ser realizado de forma concomitante a essas, já que a presença de determinado inimigo natural pode suprimir a população de algumas pragas de forma natural, descartando assim a necessidade de outras intervenções. As principais pragas do cafeeiro são atacadas por um ou mais inimigos naturais que auxiliam na regulação de suas populações.
Dentre os principais inimigos naturais encontrados no cafeeiro estão os insetos da ordem Neuroptera, conhecidos como crisopídeos ou bicho-lixeiro (Figura 1), cujas larvas se alimentam do ácaro-vermelho (Oligonychus ilicis) (Figura 2), bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e até da broca-do-café (Hypothenemus hampei), como recentemente reportado pela equipe da Dra. Madelaine Venzon, da EPAMIG.
Recentemente, nas fazendas Platô Azul, em Tiros/MG, e Imigrantes, em Amparo/SP foram encontrados parasitoides da família Eulophidae em associação com o bicho-mineiro. Com uma alta prevalência em campo, esses parasitoides parecem desempenhar um importante papel na regulação dessa praga (Figura 3).
Ácaros predadores também são comuns nessas lavouras, reduzindo a população de ácaros pragas. Joaninhas do gênero Stethorus são especializadas no controle de ácaros pragas e também têm sido encontradas em lavouras de café. Seus adultos são pequenos besouros pretos com menos de 2 mm (Figura 4), assim como suas larvas também de tamanho diminuto. Larvas e adultos desses insetos são predadores.
Além disso, outras espécies de joaninhas, aranhas e vespas são frequentemente encontradas em lavouras de café predando diferentes pragas (Figura 5).
Esses inimigos naturais se tornam ainda mais comuns em lavouras com programas de MIP que priorizam o uso de produtos biológicos, que tornam o ambiente favorável aos inimigos naturais das pragas, além de outras técnicas que beneficiam esses agentes benéficos. Além disso, o chamado MIP de melhoria contínua torna o processo dinâmico, com reuniões e discussões periódicas para as melhorias no processo, incluindo monitoramento e tomada de decisão.
A presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade
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