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De forma simplificada, o Q-Grader é um provador de café qualificado que recebeu treinamento segundo as normas do Instituto de Qualidade de Café (Coffee Quality Institute, CQI na sigla em inglês) da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA), mas a prática da profissão vai muito além. Esse profissional possui treinamento para dizer se o café possui defeitos ou não e analisa onze atributos, como acidez, corpo, doçura, equilíbrio, finalização, entre outros, atribuindo a cada um deles uma nota, e para que um café seja considerado especial é preciso atingir o mínimo de 80 pontos no somatório delas.
Mais do que pontuar um café segundo as normas da SCAA, a análise feita pelo provador é importante para identificar possíveis problemas que aconteceram durante o processo de produção, o que torna o seu trabalho indispensável dentro de uma Fazenda produtora de Cafés Especiais, pois esse profissional também atua durante a própria safra propondo ação de melhorias e correção de eventuais problemas, além de buscar novos sabores e características distintas que podem agregar ao produto. E são esses cafés diferenciados que concorrem aos Concursos de Qualidade, responsáveis por premiar cafeicultores que investem nas lavouras e se dedicam para oferecer aos compradores uma bebida considerada superior, contribuindo para a melhora na produção visando qualidade.
Para homenagear esses profissionais tão importantes para a qualidade do café especial, escolhemos um que tem se destacado pelo seu talento e realizado um trabalho sério dentro de Fazendas produtoras de Cafés Especiais na região do Sul de Minas, que possui tradição secular na produção de cafés de qualidade: Mateus Rodrigues Prado, provador, classificador, Q-Grader e Q-processing licenciado pelo CQI, possuindo conhecimentos sobre os principais métodos e tecnologias de processamento pós-colheita, além de agregar boas práticas dentro da cadeia de ações que envolvem a busca da qualidade do café ao final dos processos.
Natural de Areado/MG, Mateus teve o seu primeiro contato com o café em 1997, quando tinha apenas 13 anos de idade. Sua vivência no setor cafeeiro faz dele um profissional requisitado por sua competência, transparência e profissionalismo nas provas e comercialização do café. Um reconhecimento do seu trabalho e também dos produtores de café para os quais presta serviço foram as importantes colocações em Concursos de Qualidade que os cafés provenientes das Fazendas onde ele atua receberam em 2020.
Adolfo Henrique Vieira Ferreira, proprietário da Fazenda Passeio (Monte Belo/MG), recebeu:
- 29º colocação no Cup of Excellence - Brazil 2020, realizado pela BSCA e considerado o principal concurso de qualidade para o café do mundo;
- 1º lugar na categoria Café Cereja Descascado/Despolpado região do Sul de Minas no 17º Concurso De Qualidade Dos Cafés De Minas Gerais 2020, realizado pela EMATER/MG em parceria com o Conselho Nacional do Café (CNC);
- 1º lugar no 7° Concurso de Qualidade dos Cafés de Cabo Verde/MG, realizado pela ASSPROCAFÉ em parceria com a EMATER/MG;
- 1º lugar no I Concurso de Qualidade de Cafés Especiais de Monte Belo/MG, realizado pela prefeitura do município em parceria com a EMATER/MG;
- Um dos 50 finalistas do Programa Especialíssimo, promovido pela Cooxupé.
Gustavo Vieira Ferreira, da Fazenda Passeio (Monte Belo/MG), e Izabel Cecílio Ribeiro Carvalho, do Sítio São Francisco (Guaranésia/MG), estão entre os 40 finalistas do 30° Prêmio Ernesto Illy.
Josiani Moraes, da Fazenda Santa Cruz (Paraguaçu/MG), ficou entre os Top 10 na Categoria Naturais do 4º Concurso NossoCafé Yara.
Maria Isabel de Carvalho, da Fazenda Vera Cruz (Conceição Aparecida/MG), recebeu o 1º lugar na Categoria Via Seca do Concurso Florada Premiada 3ª edição, promovido pelo Grupo 3corações, e foi o café mais pontuado em todas as edições do concurso.
“O trabalho do classificador é fundamental para alcançar o potencial de qualidade do café e vai muito além de encontrar aqueles com características distintas para que possam concorrer a Concursos de Qualidade. A maior contribuição desse profissional é apontar as falhas do processo e promover correções de modo a melhorar a qualidade média da safra. Além disso, também é um importante elo que garante a entrega do produto na qualidade desejada”, disse Guy.
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