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12/01/2021
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Dra Paula Santini
Boas práticas agrícolas para o controle de plantas daninhas e o uso de glifosato

É importante se atentar ao Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido nos países compradores de café especial para cada agroquímico (reveja o conteúdo Resíduo em café de exportação). Com base nisso, tenho algumas dicas para boas práticas agrícolas no controle de plantas daninhas e o uso do glifosato:

 Sempre que possível, realizar o manejo do mato mantendo a entrelinha coberta e roçada, o que aumenta o teor de matéria orgânica e a retenção de água no solo, bem como a proteção do local. Desta forma, bem manejada, a planta daninha pode ser sua aliada;

 Dar preferência ao controle mecânico, priorizando o uso de roçadeira ou trincha, reduzindo sempre que possível o uso de herbicidas. Em caso de necessidade na sua utilização, a tecnologia de aplicação adequada e bem utilizada é o mais importante. Devemos nos atentar com a deriva (quando ocorre erro na aplicação e o agroquímico não atinge o local desejado), o que pode ocorrer por evaporação, escorrimento e/ou deslocação para outras áreas através do vento, erro na regulagem do equipamento de aplicação e/ou erro no momento da aplicação jogando o produto na planta não alvo. O glifosato é um produto sistêmico (circula dentro da planta) e muito estável, ou seja, mesmo em contato com poucas folhas do cafeeiro pode atingir o grão, por isso os cuidados com a tecnologia de aplicação são cruciais para a segurança. O próprio mato recém molhado com a calda de glifosato pode levar o produto para dentro da planta caso toque a folha do cafeeiro, o “chamado efeito chicote”. É importante redobrar o cuidado na montanha e evitar aplicações com mato alto (muito cuidado para não respingar nas folhas de café). Em áreas mecanizadas, regular bem o pulverizador para evitar vazamentos e manter ativa a proteção contra deriva; 

 Nas aplicações com bomba costal, utilizar bicos de pulverização com indução de ar (bicos antideriva). Sempre que possível usar protetor tipo chapéu de napoleão;

 Usar sempre a dose recomendada na bula de acordo com as plantas daninhas existentes e com a recomendação do agrônomo. Regular os equipamentos conforme a bula do produto e a recomendação agronômica;

 Tenha muito cuidado para não atingir a “saia/barra” do café nas aplicações, mesmo que isso signifique diminuir um pouco a velocidade de aplicação;

 Dar preferência a aplicações localizadas nas plantas daninhas-alvo e não em área total;

 Alternar os mecanismos de ação e usar herbicidas específicos para controle de folhas largas e de difícil controle (evitando o aumento da dose de glifosato);

 Respeitar o período de carência: para o mercado interno são 15 dias para o glifosato e para a União Europeia pode ser necessário aumentar esse período;

 Se o seu cafezal apresenta sintomas de intoxicação por glifosato, mesmo que em poucas folhas no barrado (saia), ele pode estar com índices acima do LMR no grão verde. Isso pode valer mesmo para produtores que aplicam apenas 1 ou 2 vezes por ano;

 Se na entrelinha do seu cafezal houver predominância de plantas daninhas tolerantes ao glifosato, como trapoeraba, corda de viola, capim rabo de burro/amargoso, voadeira/buva, entre outras, atente-se para utilizar herbicidas específicos e com outros modos de ação para controlá-las. 

Usando a tecnologia de aplicação correta e seguindo as recomendações contidas nesse material é possível produzir café dentro do LMR de qualquer país comprador. Lembre-se sempre de consultar um engenheiro agrônomo quando for fazer a aplicação de qualquer produto agroquímico.

Fonte: Esse texto é parte do material informativo, iniciativa de membros da plataforma global do café, que visa a promoção da utilização e a disseminação de boas práticas agrícolas relacionadas ao uso de agroquímicos.

“Encerrando a fase de expansão rápida, em que os grãos se tornam preferenciais para o cafeeiro, há necessidade de redobrar a atenção ao risco de resíduos de defensivos, em especial o glifosato. Nesse conteúdo especial, a Dra Paula Santini nos explicou em detalhes e deixou dicas importantes para o cafeicultor”, disse Guy.

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